segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

O novo Beira Rio não tem acessibilidade plena

Minha gente, tem acompanhado essa discussão nas redes sociais sobre a acessibilidade do novo Beira Rio há algum tempo. As pessoas com deficiência (PcDs) reclamam que os lugares destinados a nós estão atrás das linhas de fundo. Falei com o meu amigo Javel, que trabalha na Secretaria Estadual da Copa, e ele disse que foi destinado este espaço por ser o mais fácil para evacuação das PcDs já que não tem rampas. O Luiz Portinho, cadeirante e presidente do RS Paradesporto, fez um artigo claro sobre esta questão. Detalhe: o Portinho é colorado.
Hoje à tarde, tem vistoria no Beira Rio com a presença do Corpo de Bombeiros para verificar esse assunto e as pessoas com deficiência prometem pressionar. O artigo é este:

              
                                         Falta de acessibilidade no Beira Rio

Na última quarta-feira, dia 12 de fevereiro, estiveram reunidos, na sede do Ministério Público, o Presidente do Sport Club Internacional Giovanni Luigi, membros dos Ministérios Públicos Estadual e Federal e representantes das Associações RS Paradesporto e ASASEPODE (Associação de Servidores da Área de Segurança Portadores de Deficiências), bem como do Conselho Nacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência.

O objetivo era a assinatura do TAC da Acessibilidade (Termo de Ajustamento de Conduta) que fora fruto de mais de dez meses de reuniões e negociações em inquéritos que tramitam perante o órgão ministerial. Mas o Presidente do Inter, em que pese estar com o TAC há mais de dois meses em sua mesa, negou-se a assiná-lo, alegando que o Corpo de Bombeiros não concederia o PPCI ao Beira Rio caso o fizesse.

Ficou designada, então, vistoria no estádio, para esta segunda-feira, às 15 horas, com a presença do Corpo de Bombeiros, com a finalidade de averiguar questões de segurança relativas às cláusulas de acessibilidade lançadas no TAC.

Não há dúvidas que se trata de mais uma artimanha protelatória lançada pela Direção do Inter, tendo em vista que o Corpo de Bombeiros estava presente na penúltima reunião realizada nos inquéritos, quando se chegou à redação final do TAC da Acessibilidade. É dizer: o acordo foi concluído, com a presença e o respaldo dos integrantes da Corporação Militar.

Enfim, é profundamente lamentável a situação que hoje vivemos. O clube insiste que é nobre sua postura de construir um único local, de péssima visibilidade, sujeito a intempéries e fora da área de proteção da cobertura. Todavia, não bastasse os incômodos da visibilidade e falta de proteção, esse procedimento configura segregação (pessoas com deficiência num único lugar) e já foi devidamente rechaçado tanto por nossa legislação como também pelo próprio Caderno de Encargos da FIFA.

Não há mais campo para negociações, reuniões ou vistorias. O TAC da Acessibilidade que, diga-se, possui exigências muito mais brandas que aquelas da legislação federal aplicável ao tema, deve ser imediatamente assinado pelo Presidente do Inter.

De toda forma, nesta segunda, às 15 horas, estaremos no Gigante da Beira Rio, para demonstrar aos senhores dirigentes do Sport Club Internacional que suas manobras protelatórias não vingarão.



   

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