quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Falta de acessibilidade na Feira do Livro

Já faz uns dias que não compareço aqui... No último final de semana, fui na Feira do Livro, passeio que faço desde criança. Para quem não é daqui e, evidentemente, não sabe, Porto Alegre tem a maior feira de livros ao ar livre da América Latina (http://www.feiradolivro-poa.com.br/). É uma delícia ir lá, ver livros (coisa que eu adoro) debaixo daquelas árvores. E comprar alguns, coisa que sempre faço.
Mas nem tudo são flores na Feira para uma pessoa com deficiência. A começar pelo piso da Praça da Alfândega, que são aquelas pedrinhas horrorosas chamadas de mosaico português. Aquele piso é duro, as pedras são totalmente irregulares. Como se não fosse suficiente, as coisas ainda pioram porque, nas ruas adjacentes, a Feira está em cima do paralelepípedo mesmo. Os caras não tem noção.
Como me considero uma cara inclusivo e não posso pensar só em mim, comecei a prestar atenção em outros detalhes. Por exemplo, as bancas são muito altas para cadeirantes e pessoas com baixa estatura. Visitei a Feira na companhia da minha amigona Liza e ela me disse que, nos banheiros químicos adaptados, não cabem uma cadeira. Nas bancas e postos de informações, não tem alguém que saiba Libras. Nos eventos paralelos, também não. Os livros em braille e audiolivros praticamente inexistem. Tem gente que trabalha nas bancas que nem deve saber o que é isso.
Tive que escrever um artigo para o Correio do Povo. Se publicarem, acho que dará polêmica.  

4 comentários:

  1. Bom, só pra ilustrar um pouco mais: no dia em que eu fui anunciaram no sistema de som que o estande da Caixa tinha tradutora de Libras. Detalhe: anunciaram no sistema de som um serviço para surdos. Ótimo né? Hahahahah
    Só rindo mesmo...

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Fui na Feira na sexta-feira e até tirei uma foto de um cadeirante, a sensação que eu tinha é que ele estava fazendo trilha, é um horror, quando chegou em uma banca o atendente não o enxergou!

      Excluir